lado obscuro da Coreia do Sul: quando se fala em Coreia do Sul, é comum imaginar um país tecnologicamente avançado, com K-pop, doramas, cosméticos inovadores e cidades futuristas. Mas por trás desse brilho todo, existe uma face menos conhecida: um lado obscuro que raramente aparece nos holofotes internacionais. Como todo país, a Coreia também enfrenta desafios — muitos deles sérios, com consequências graves, incluindo perda de vidas. Por isso, é importante termos uma visão completa e realista para compreender a sociedade sul-coreana como um todo. – — Não é um post que eu gostaria de fazer, afinal gostamos de ler sobre as coisas boas que o país oferece, porém é necessário, neste post vamos revelar algumas verdades incômodas que você precisa conhecer.
🧠 Pressão Social e Problemas de Saúde Mental
A Coreia do Sul possui uma das maiores taxas de suicídio entre os países da OCDE. A razão? Uma sociedade extremamente competitiva, onde o sucesso é visto como obrigação. Esse é um dos aspectos mais alarmantes do lado obscuro da Coreia do Sul.
O suicídio é a principal causa de morte entre sul-coreanos com idades entre 10 e 39 anos. Mais de duas em cada cinco mortes (43,7%) entre adolescentes são por suicídio. Este número sobe para 56,8% entre aqueles na faixa dos 20 anos e depois cai para 40,6% entre aqueles na faixa dos 30.
Fatores que influenciam:
- A pressão por boas notas começa cedo: muitas crianças estudam o dia inteiro, chegando a 16 horas de estudo diário.
- O mercado de trabalho é altamente competitivo, o que aumenta o estresse mesmo após a vida escolar.
- Falar sobre sentimentos ou procurar ajuda psicológica ainda é visto como fraqueza por parte da sociedade.
💅 A Cultura da Aparência e das Cirurgias Plásticas
A busca pela beleza idealizada é uma obsessão nacional. A Coreia do Sul lidera o ranking mundial em cirurgias plásticas per capita, e a pressão por estar dentro dos padrões estéticos começa cedo — especialmente entre os jovens.
Os procedimentos mais comuns incluem a cirurgia de pálpebras (para criar a chamada “pálpebra dupla”, que dá um aspecto mais aberto aos olhos), a rinoplastia (para afinar ou levantar o nariz) e a cirurgia V-Line (que afina o maxilar e dá ao rosto um formato mais delicado e em V).
Consequências:
- Pessoas fora dos padrões enfrentam preconceito no trabalho e na vida social.
- Muitas empresas exigem fotos no currículo.
- Jovens recorrem a procedimentos estéticos cada vez mais cedo. Isso porque, na Coreia, a idade é levada muito a sério — quanto mais jovem e bonito você aparenta ser, maiores as chances de conseguir um bom emprego ou uma oportunidade importante. Muitos sentem que precisam mudar sua aparência para se manterem competitivos no mercado de trabalho
🚫 Crimes Digitais e Espionagem
O “molka” (몰카) é um crime que assombra as mulheres sul-coreanas: câmeras escondidas em banheiros, metrôs, elevadores, provadores e até escritórios são usadas para filmar as vítimas sem o menor consentimento. Esses vídeos, muitas vezes, são vendidos ilegalmente ou compartilhados em sites pornográficos. Esse tipo de violência digital é mais uma amostra do lado obscuro da Coreia do Sul.
- Apesar da gravidade, muitos infratores recebem apenas multas ou penas leves, o que reforça a sensação de impunidade. As mulheres vivem em estado de alerta constante e muitas evitam usar banheiros públicos, tapam a lente de celulares em vestiários e se vestem com roupas largas para tentar evitar serem filmadas.
- Esse tipo de crime digital se tornou tão comum que alguns grupos feministas começaram campanhas para pressionar o governo por punições mais severas e maior fiscalização de locais públicos e privados.
🤝 Descaso com os Idosos
Cerca de 40% dos idosos sul-coreanos vivem na pobreza. Muitos são obrigados a continuar trabalhando em serviços pesados ou informais, mesmo após uma vida inteira de esforço. Esse abandono é um traço marcante do lado obscuro da Coreia do Sul.
- A estrutura familiar tradicional se enfraqueceu.
- A aposentadoria pública é insuficiente.
- Muitos são abandonados pelas famílias.
⚖️ Gwarosa: Morte por Excesso de Trabalho
O termo gwarosa (과로사) significa literalmente “morte por trabalho excessivo”. Essa é uma realidade para muitos funcionários que enfrentam jornadas abusivas. A cultura do excesso de trabalho é uma das marcas mais tristes do lado obscuro da Coreia do Sul.
- Cultura que valoriza o sacrifício pessoal pela empresa.
- Horas extras são vistas como demonstração de lealdade.
- Pouco espaço para vida pessoal e descanso.
👤 LGBTQIA+: Invisibilidade e Preconceito
Apesar de alguns avanços culturais, a Coreia do Sul ainda é uma sociedade bastante conservadora quando se trata de questões de gênero e sexualidade. A comunidade LGBTQIA+ enfrenta diversos obstáculos no país.
- O casamento entre pessoas do mesmo sexo ainda não é legalizado, e não há leis específicas que protejam essa população contra discriminação em áreas como trabalho, moradia ou saúde.
- Muitas pessoas LGBTQIA+ são rejeitadas por suas famílias e enfrentam isolamento social, especialmente em cidades menores ou ambientes mais tradicionais.
- O medo da exclusão faz com que poucos artistas, atletas ou figuras públicas se assumam abertamente. Quando isso acontece, ainda é comum haver boicotes, perda de contratos ou forte rejeição nas redes sociais.
- A falta de representatividade em mídias tradicionais e políticas públicas também contribui para a invisibilidade e marginalização da comunidade.
✨ Conclusão
Conhecer o lado obscuro da Coreia do Sul é essencial para termos uma visão mais completa e realista do país. A Coreia do Sul tem muitos méritos e encantos, mas também enfrenta problemas sérios que afetam profundamente sua população. Afinal, nenhum lugar do mundo é feito apenas de brilho e perfeição. Isso, no entanto, não apaga suas belezas, conquistas e singularidades — são apenas questões importantes que precisam ser discutidas e enfrentadas.
Se você quer continuar explorando a Coreia do Sul de forma crítica e apaixonada, acompanhe o blog Koreando!❤️